O sistema de pontos da UCI tem gerado bastante debate no mundo do ciclismo. Projetado para classificar equipes e definir o status no WorldTour, ele recompensa as equipes com base no desempenho dos ciclistas ao longo de três anos. Pontos são conquistados principalmente através de boas colocações, tornando as corridas de alto nível especialmente valiosas. Depois de alguns anos em prática começam a surgir questionamentos sobre algumas consequências inesperadas que podem estar afetando ciclistas e equipes.
Como o Sistema Funciona:
O sistema de pontos da UCI contabiliza pontos de todas as corridas do calendário WorldTour, com as provas mais prestigiadas oferecendo pontuações mais altas. Ao final de cada temporada, os pontos acumulados determinam o ranking das equipes. As equipes de menor classificação correm o risco de rebaixamento para um nível inferior, enquanto as melhores ProTeams podem ganhar promoção ao WorldTour.
Impacto nos Ciclistas e nas Equipes:
Esse sistema pressiona as equipes a priorizar ciclistas que pontuam, o que gera desafios para gregários ou jovens talentos que, embora essenciais para o sucesso do time, não pontuam com frequência. Ciclistas que mudam de equipe levam consigo sua pontuação acumulada dos últimos três anos, o que adiciona outra camada de complexidade, pois equipes podem contratar ciclistas com bons registros de pontos apenas para melhorar suas classificações. Infelizmente, essa abordagem reduz as oportunidades para ciclistas em desenvolvimento e diminui o papel dos gregários.
Esse Modelo é Sustentável para o Ciclismo?
Embora o sistema incentive o alto desempenho, ele cria uma tensão, pois os ciclistas podem enfrentar pressão para buscar pontos individuais em vez de metas da equipe. Além disso, ele limita oportunidades de crescimento para ciclistas jovens e gregários, que podem ter dificuldade em garantir contratos se não acumularem pontos.
A grande discussão é se o sistema de pontos apenas deixa muito visível a seleção que é natural do esporte, onde os melhores atletas são mais disputados e estão sempre em situação mais confortáveis para negociar contratos e ter melhor remuneração e atletas que não conseguem atingir o nível necessário estarão em dificuldades na sua carreira. Ou, como a dinâmica do ciclismo é sempre muito dependente do sacrifício de alguns atletas para que os líderes possam ter êxito, esses atletas que se dispõem ao sacrifício antecipado nas provas (os gregários) acabam sendo penalizados por um sistema que não consegue mensurar de forma efetiva a importante contribuição que eles entregam para suas equipes.